Arquitetos Responsáveis: Fernando Maculan (MACh Arquitetos) e Maria Paz (Rizoma Arquitetura)
Gerente de Projeto: Joana Magalhães
Colaboração: Ricardo Lobato, Cássio Lopes, João Pedro Pujoni, Marina Vilela, Anna Lobato, Mark Mueckenheim, Virgínia Paz
Iluminação: Mariana Novaes (Atiatîa Design)
Paisagismo: Juliano Borin e Geraldo Farias
Estrutura e Fundações: Engserj
Projetos Elétrico e Hidráulico: Projelet
Construção: UNI Construtora
Fotos: Leonardo Finotti
Ano de conclusão do projeto: 2023
Área bruta construída: 324m²
Localização do projeto: Inhotim, Brumadinho, Minas Gerais
Leading Architects: Fernando Maculan (MACh Arquitetos) e Maria Paz (Rizoma Arquitetura)
Project Manager: Joana Magalhães
Architecture Team: Ricardo Lobato, Cássio Lopes, João Pedro Pujoni, Marina Vilela, Anna Lobato, Mark Mueckenheim, Virgínia Paz
Lighting Design: Mariana Novaes (Atiatîa Design)
Landscaping: Juliano Borin e Geraldo Farias
Structural Project: Engserj
Electrical and Hydraulic Projects: Projelet
Construction: UNI Construtora
Photos: Leonardo Finotti
Year of conclusion: 2023
Area: 324m²
Project’s location: Inhotim, Brumadinho, Minas Gerais
A Galeria Yayoi Kusama abriga duas instalações da artista no Inhotim: “I am here but nothing” e “Aftermath of obliteration of eternity”. As obras são conhecidas por atrair uma grande quantidade de pessoas que, inevitavelmente, formam longas filas de espera. Dessa maneira, o projeto de arquitetura procurou responder não só ao abrigo das obras de arte, mas à criação de um espaço protegido para o tempo de espera e para a preparação do público à experiência única proporcionada pelas instalações.
A solução proposta para a cobertura de sombreamento segue um princípio de utilização mínima de elementos estruturais, com uma sucessão de cabos de aço dispostos paralelamente, conectando o ponto mais alto próximo à crista do talude de corte do terreno ao ponto mais baixo, na extremidade oposta do platô. Essas linhas, com uma curvatura sutil, reconstroem metaforicamente o perfil original do terreno, na forma mais natural possível. O projeto procura reconhecer o terreno, que sofreu intervenção prévia para criação do platô e os taludes que o envolvem, ajustando-se à topografia dada. A cobertura tensionada visa a ativar a espacialidade gerada pelo corte.
Em composição com uma tela metálica flexível é criada uma ampla superfície de suporte para o crescimento de uma vegetação trepadeira, a espécie Congea tomentosa, exótica e introduzida no Brasil na década de 60 por Burle Marx. A escolha desta planta deve-se a uma série de fatores: sua densidade, que favorece o sombreamento e certa retenção de água de chuvas; a ótima adaptação ao clima brasileiro, sem demandar cuidados especiais; e por seus evidentes atributos estéticos. A congeia atribuirá a noção de tempo e de transformação contínua ao projeto, alternando a coloração de sua inflorescência em tons de branco, rosa, lilás e cinza.
The pavilion for Yayoi Kusama houses two installations from the artist at Inhotim: I am here but nothing and Aftermath of obliteration of eternity, known for attracting a great quantity of people, that inevitably form long waiting lines. That way, the architectural design should respond not only to the sheltering of the art works, but also to the creation of a protected space for the wait and to the preparation of the public to the unique experience offered by the art.
The proposal for shading follows a principle of utilizing the minimum amount of structural elements, with a sequence of cables, disposed parallel to each other, connecting the highest point next to the cut slope at the site to the its lowest point, at the extreme opposite of the plateau. These lines, with a soft curvature, reconstitute metaphorically the profile of the original site, in the most natural form possible. This design aims to recognize the given site, that suffered previous intervention for the creation of the plateau, also generating the slopes that surround it, and adjusting itself to that given site. The tensioned shading tries to take advantage of the spaciality that was generated by the cut on the land.
In composition with a flexible metal mesh, a wide surface is created for the support of the growth of a climbing plant, the species Congea tomentosa, an exotic plant that was introduced to Brazil in the 60’s by Roberto Burle Marx. The choice of this species is due to a series of factors: its density, that allows for shading and a certain amount of retaining of rain water, its great adaptation to the Brazilian climate, low maintenance, and its evident aesthetic attributes. The Congeia will also attribute the notion of time and continuous transformation to the design, by its changing flower coloration in tons of white, pink, lilac and grey.
Sob a cobertura, o espaço abre-se horizontalmente para o jardim, por um lado, e eleva-se na direção da galeria, cujo desenho é definido por um plano vertical de chapas de aço patinável que atravessa toda a extensão entre os taludes laterais. Dessa maneira, a arquitetura não se caracteriza como um volume solto, mas sim como uma intervenção topográfica diretamente relacionada à configuração do terreno.
Ao longo das filas, cujo percurso é definido pelos diferentes materiais do piso – brita fina e lajotas de concreto - são criados pequenos largos com bancos de madeira, como um convite à permanência daqueles que visitam a galeria ou que estão apenas desfrutando da ambiência e da vista.
Visto por cima, como uma intervenção de cor na paisagem, o projeto conecta dois momentos da vegetação existente - a mata espontânea e o jardim planejado - e parece ocultar um mundo mágico a ser descoberto pelos visitantes do parque.
Under this shading roof, the space opens itself horizontally to the garden on one side, and slopes up towards the direction of the pavilion itself, designed as a vertical plane of concrete that crosses the entire extension between the lateral slopes. The architecture is thus characterized as a topographical intervention directly related to the configuration of the site, rather than as a free-standing object.
Along the lines, that have their paths defined by the different paving materials — small pebbles and pre-fabricated concrete slabs — there are small gathering areas with wood benches that serve as an invitation to the permanence of those who visit the pavilion or to those who are simply enjoying the ambience and the view.
Seen from the top, as a color intervention in the landscape, the project connects two moments of the existing landscape — the natural forest and the manicured garden — and seems to hide a magic world to be discovered by the visitors of Inhotim.