MACh Arquitetos (Mariza Machado Coelho e Fernando Maculan) + BCMF Arquitetos (Bruno Campos, Marcelo Fontes e Silvio Todeschi); Fotos por Gabriel Castro
Projetado e construído em apenas três meses, o conjunto BAR/PISCINA/GALERIA foi planejado para o evento da Casa Cor MG 2014 como uma espécie de belvedere. O terreno está localizado na área central de um condomínio “refúgio de fim de semana” (Villa Gaya), uma série de bangalôs com infra-estrutura de hotel que se abrem para a paisagem deslumbrante da região de Nova Lima, a 12 km de Belo Horizonte.
O projeto se resume a duas construções bem simples com um espaço aberto em comum. A BCMF (http://www.bcmfarquitetos.com/) ficou responsável pelo projeto do Bar e a MACh (http://www.mach.arq.br/) pelo projeto da Galeria. As áreas livres (piscina e deck) que integram as duas estruturas e programas foram projetadas a quatro mãos pelas duas empresas que, além de parceiras freqüentes, dividem o mesmo espaço de trabalho desde 2010.
O Bar é basicamente um “tubo quadrado” de concreto aparente que se projeta com 10m de balanço sobre o talude do terreno, apontando para a paisagem. Em função dos vizinhos no seu entorno e da topografia acentuada, o volume horizontal do bar foi implantado perpendicularmente às curvas de nível (no sentido norte-sul, orientação oposta à dos bangalôs), tentando abrir o máximo de espaço vazio para a piscina e o deck, que se desdobra no teto da Galeria. O volume é extremamente simples (um prisma de 3 x 5 x 25 m), se contrastando com os bangalôs do condomínio pela sua geometria básica e pela austeridade no uso dos materiais.
Os espaços internos são organizados em seqüência linear, de uma ponta a outra do tubo: varanda de entrada, área de espera, bar que se abre para fora e para dentro, e o grande salão principal que termina em uma outra varanda na ponta do balanço, enquadrando a paisagem. No teto, a modulação da laje nervurada é usada para uma série de zenitais “pixeladas” que trazem luz para o miolo do ambiente, enquanto o piso é uma extensão do deck da piscina. Os móveis simples e delicados, e a suave luz artificial das luminárias (interiores de Ana Bahia) contrastam com a rudeza do concreto, conferindo um ar despojado e informal ao ambiente.
A galeria é o único elemento arquitetônico semi-enterrado em todo o condomínio. Essa estratégia de implantação, em contraponto aos volumes dos bangalôs, permite uma visão panorâmica da paisagem e a criação de um deck elevado sobre a laje de cobertura, em extensão natural à área da piscina.
A arquitetura é definida por duas caixas de concreto aparente: uma formada pela laje do piso e paredes, outra invertida, formada pela laje de cobertura e vigas. Perfis metálicos servem de apoio entre as duas caixas, gerando uma fresta horizontal – entrada de luz que também permite visadas a partir da piscina. O percurso de acesso, em rampa, é também utilizado como elemento de fruição da paisagem, em um jogo de revelação e ocultamento, que culmina na abertura total para a vista do vale no interior do ”bunker”, em situação semelhante à do bar.
MACh Arquitetos (Mariza Machado Coelho and Fernando Maculan) + BCMF Arquitetos (Bruno Campos, Marcelo Fontes and Silvio Todeschi); Photos by Gabriel Castro
Designed and built over just three months, the “Bar-Pool-Gallery” was planned for the Casa Cor MG 2014 as a kind of a hilltop belvedere. The site is located in the central area of a private weekend retreat development, a series of bungalows with hotel infrastructure scattered on a sloping mountain overlooking the stunning valleys of Nova Lima, 12 km away from the city of Belo Horizonte.
The Project comprises two very simple buildings with a common open space in between. BCMF Architects (http://www.bcmfarquitetos.com/) designed the Bar, while MAChArchitects (http://www.mach.arq.br/) designed the Gallery. The open area (swimming-pool and deck) that integrates both structures and programs was designed in collaboration by the two studios, which are frequent partners and share the same working space since 2010)
The Bar is basically a raw concrete “square tube” structure with a cantilever spanning 10m over the site’s slope, pointing out to the landscape. In contrast to its neighbors, identical bungalows that are accommodated according to the contour lines, the horizontal volume of the bar sticks out against the steep topography (north-south orientation), opening up enough space for the pool and deck, which unfolds on the rooftop of the Gallery. The structure is an extremely simple volume (a 3x5x5m prism) as opposed to the pitched roof two-storey bungalows from the condominium, with few stark materials and almost no finishes.
Inside, there is a sequence os places from one end to the other of the tube: veranda (entry porch), lounge, indoor-outdoor bar, main sitting area and, on the end of the cantilever, another veranda framing the landscape. The ribbed pre-cast slab of the ceiling suggested a series of “pixilated” openings to flood the core with soft natural light, while the floor is treated an extension of the swimming pool’s wooden deck. Simple furniture pieces and delicate lighting fixtures fits the interior of the bar (by Ana Bahia), giving it a casual and informal feel.
The Gallery is the only “semi-buried” structure of the development. This strategy allowed open views from the landscape, and the use of the roof as a split-level observatory deck, which is an extension of the swimming-pool deck.
Two raw concrete boxes compose the building: one formed by the floor slab and walls, and the other one formed by the roof slab and beams. Steel columns allow a horizontal gap between the two boxes, bringing a beam of light to the interior as well as views from the swimming pool. The access ramps and stairs play with the landscape, hiding away and revealing views as you approach the sunken space, culminating in a complete opening on the interior that frames the view in a way similar to the Bar’s.