Coautoria de Bruno Stringheta e Marija Krsmanovic; Colaboração de Deepak Jawahar e Alexandra Danciulescu; Visualization Studio: Edit / 3d visualizations
ARQUITETURA COMO INFLEXÃO NA PAISAGEM
O projeto do Centro Cultural de Eventos e Exposições da cidade de Cabo Frio emerge, em um primeiro momento, da interpretação da paisagem que o cerca, em suas distintas caracterizações: o horizonte e o espelho d’água na Lagoa de Araruama, a oeste; as baixas edificações e o traçado da cidade num primeiro plano e, ao fundo, as montanhas, ambos a leste.
Ainda que dentro das limitações de sua escala, a arquitetura, que também inclui o desenho paisagístico dentro dos limites da área destinada ao CCEE, é concebida como elemento articulador das diferentes situações que caracterizam física e espacialmente o contexto.
Eixos visuais e direções de percurso existentes orientam a criação de um grid, que por sua vez sugere a implantação dos elementos construídos, de modo a garantir a maior permeabilidade de fluxos, especialmente por pedestres, e proporcionar uma relação mais harmônica entre a cidade vizinha e o novo conjunto.
Na direção vertical, o programa principal é suspenso do solo, para que seja preservada a conexão entre a rua e a lagoa. Pretende-se qualificar este espaço – o plano térreo - como lugar essencialmente público, como um parque - mais uma opção de lazer e entretenimento para a população e os turistas.
Orientada pela paisagem e atravessada por ela, a aquitetura proporciona uma leitura ambígua dos espaços positivos e negativos – termos usualmente atribuídos a lugares construídos ou não, respectivamente. A arquitetura passa a fazer parte da paisagem, como um ponto de inflexão.
Co-authored by Bruno Stringheta and Marija Krsmanovic; Collaboration: Deepak Jawahar and Alexandra Danciulescu; Visualization Studio: Edit / 3d visualizations
ARCHITECTURE AS AN INFLATION OF THE LANDSCAPE
The project of the Events and Exhibitions Cultural Center of the city of Cabo Frio emerges, in a first moment, by the interpretation of the landscape that surrounds it, in its distinct characterizations: the horizon and the water mirror in the Lagoon of Araruama, to the west; the short buildings and the layout of the city in the foreground and, in the background, the mountains, to the east.
Within the limitations of its scale, architecture, which also includes landscape design within the boundaries of the area destined to the CCEE, is conceived as an articulating element of the different situations that physically and spatially characterize the context.
Visual axes and existing route directions guide the creation of a grid, which in turn suggests the implantation of the constructed elements, in order to guarantee the greater permeability of flows, especially by pedestrians, and to provide a more harmonic relationship between the neighboring city and the new set.
In the vertical direction, the main program is suspended above the ground, so that the connection between the street and the lagoon is preserved. It is intended to qualify this space - the ground floor - as essentially a public place, like a park - another leisure and entertainment option for the population and tourists.
Guided by the landscape and traversed by it, architecture provides an ambiguous reading of positive and negative spaces - terms usually attributed to places built or not built, respectively. Architecture becomes part of the landscape as an inflection point.
ARQUITETURA MULTIUSO
Procura-se adotar uma versão compacta para o projeto, em que a justaposição vertical dos programas permite, através das espacialidades sugeridas, a reversão, a divisão, a ampliação e, em última instância, a transgressão dos usos propostos. O projeto garante, dessa maneira, a simultaneidade de eventos e exposições de diversas naturezas e escalas, bem como se abre a modos de apropriação inesperados.
O plano térreo é parcialmente dedicado aos estacionamentos, e deve ter o uso priorizado para esta função sob a edificação quando os principais eventos ocorrerem no interior das dos salões de exposições e eventos, logo acima. Esta situação difere da recorrente localização dos estacionamentos em áreas contíguas, às vezes distantes, do programa principal. Na solução aqui proposta, a proximidade e o conforto são determinantes.
Uma rede multidirecional de caminhos sinuosos destaca-se do solo, originando um segundo nível de percursos para pedestres e ciclistas – um calçadão - a partir do qual a relação visual com a paisagem é acentuada, livre da interferência dos carros.
Somado ao piso térreo, ao qual está integrada espacialmente, este calçadão configura o lugar para os eventos semi-abertos, sem que haja a necessidade de instalação de estruturas ou coberturas temporárias - fato que tem se mostrado dispendioso e motivador da criação de uma estrutura permanente, o próprio CCEE. Nessas situações, passa-se a utilizar o espaço fora da projeção do edifício para estacionamentos.
Através de uma rampa helicoidal que também conecta o piso térreo o o calçadão suspenso, o público alcança o super-lobby, uma segunda rede de caminhos que atravessa os quatro salões na altura de um mezanino e distribui o fluxo dos visitantes, permitindo sua livre circulação e permanência até os pontos de controle de acesso aos salões.
Na extremidade sul da implantação, estão posicionados os blocos de apoio e serviços, como elementos “separadores” dos volumes principais, que apesar de chegarem ao solo não representam obstrução ao caminho de pedestres. A infraestrutura fixa na extremidade do conjunto permite a liberdade total de uso dos espaços de exposição e eventos.